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Ar Fresco

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ágora (IX) - campanha(s) suja(s)

No meio de tanta lama, só Cavaco e Alegre têm mantido a serenidade e coerência. Os vis ataques a Cavaco só lhe dão força. Louçã e Jerónimo cantam muito, mas não "alegram". Já Soares parece demasiado desesperado...

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Nesta campanha tem valido tudo, desde os incidentes da ponte 25 de Abril, passando pelo erro nos Lusíadas, até à extrema tecnocracia "silenciosa" de Cavaco (nem o bolo-rei escapou...).

Por esta razão, dois factos desde já resultam:

- Louça e Jerónimo não fazem sentido nesta campanha, ora atacam Sócrates, ora atacam o Governo, ora atacam Cavaco. São dois fait divers tristonhos, que infelizmente nem sequer animam a eleição. Mais uma vez só aparecem nestas eleições devido à estrutura partidária que têm por detrás, como que a justificar um pouco o tempo de antena.

- Soares partiu para esta campanha com um único objectivo - derrotar Cavaco. Já aqui havia dito que era um mau ponto de partida. Só não sabia que ia valer (quase) tudo. E quando assim é não é surpresa o seu lugar nas sondagens.

Quem beneficia com esta campanha é Manuel Alegre (e Cavaco). Alegre também tem cometido os seus erros: votação no orçamento, candidatura pós-soarista, entre outros. Mas também tem sido o mais honesto (veja-se a última opinião sobre os poderes presidenciais...), o menos conflituoso e "sujo", sendo um candidato que verdadeiramente quer ser PR. E quanto a mim, o que tem o melhor perfil.

Muito se tem escrito sobre a crítica à bagagem cultural e humanista de Cavaco, e que a Esquerda reivindica para si a hegemonia cultural e humanista. Contudo, o mesmo tem acontecido do lado da Direita, quando reivindicam a hegemonia da técnica, da economia e do sentido prático (vs Romântico) da respectiva "ala". Quando se afirma que o futuro PR tem de ser economista, ou melhor, alguém que compreenda os desafios económicos que se avizinham, só se demonstra total desconhecimento sobre o nível de intervenção do PR sobre os agentes económicos, o Estado, os empresários que é (quase) ZERO. Só se demonstra que se desconhece o carácter REPRESENTATIVO e, com sorte, CONSULTIVO, da função presidencial. Ou a Direita quer secretamente alterar os poderes do PR ou está a mentir aos portugueses.